sábado, 30 de janeiro de 2010

CARTA

Santorini, Grécia, 13 de Outubro de 2020
Cara Essência,

would you know my name if I saw you in heaven?



com amor, tua
MARGOT

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

In the world full of strangers you're the one I know

Estou aqui, e vou estar aí. Prometo. Basta querermos, as duas.
Encontrar-me-ás lá, no teu cantinho. E eu esperarei por ti. Mesmo que não queiras ir, mesmo que não queiras. Vou ficar lá, à tua espera. À espera que voltes para mim, que volte a ser como era, que voltemos a ser felizes, juntas. Prometo. Mesmo que esteja um frio de fazer bater o dente, mesmo que chova. Prometo. Mesmo que seja preciso ficar até anoitecer. Prometo. Não me vou mais embora, vou ficar para sempre. Não me deixes ir embora. Não vás embora. Fica! Fica comigo.
Mas aviso.. eu mudei. E tenho medo que não aceites, não queiras, que não gostes do meu novo eu. Eu não gosto.
Falta-me algo. Faltas-me tu. Mas foi nesta pessoa que me tornei. Mas não desistas. Se continuares comigo vais perceber do que te falo. Não desistas de mim, pff.
Será como que, uma última tentativa, uma última esperança, um último desejo de nós duas.
Não tenhas medo Margot. Fazes-me ter medo de mim própria. Não por mim, por ti.
Mas se para teu melhor, tiver que te proteger de mim, assim o farei. Prometo que não te faço mais sofrer, prometo. Nem que isso signifique o meu adeus.
Não fales em ligações mais fortes, não houve e "temo" que não haverá. Afinal eras tu. Tu. Sempre foste tu.

You're the one I need
The way back home is always long
But if you're close to me I'm holding on
You're the one I need
My real life has just begun
Cause there's nothing like your smile made of sun



It's fashion, baby.

Agora a moda é o Twitter. Eu ainda aderi, pus um username todo finesse e tudo. Mas quem precisa de Twitter quando se tem um Mau Génio para proliferar e partilhar...?
Pois bem. Vamos dar a este blog um lado mais fashion victim e vou postar uma frase curta, verdadeira e artística, tal e qual como no Twitter:
(freaking out) Já devo uma visita à médica dos pipis.
MARGOT

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Onde estás?

- Às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós duas. Fico ali sonhando acordada, juntando o antes, o agora e o depois. -
Onde estás?
Uma chave que junta os nossos apelidos. Mas...
Onde estás?
Um olhar muito vago, por entre uma multidão de adolescentes entediados.
Onde estás? Não vejo...
A ânsia de ceder contra o que me ensinei, quebrar todas as regras que impus.
Quero voltar.
Mas tenho medo de não te encontrar. Onde estás?
Onde estás realmente? Promete mais. Promete mais. Promete que te encontro, Alice. Promete que nos encontro.
Se eu voltar e não te encontrar...nem quero pensar. Desvaneço-me em infelicidade talvez. Mas aí já não irá haver ninguém que me puxe do fundo. Nem eu própria.
E se não te encontro? Perco tudo o que construí sozinha. E demorou tanto. E custou tanto.
E se não me encontras? Eu quero que me encontres. Grita e eu ouço.
Queria reivindicar-te só para mim, como dantes. Mas sei que nunca mais serás só minha. Nunca suportaria sentir-me inferiorizada por ligações mais fortes que a minha, não suportaria ficar no teu 3º plano. Não suportaria não ter a importância que costumava ter. Sim, sou egoísta. Mas a culpa também é tua. Habituaste-me mal. Deste-me o teu melhor lado e agora sou 8 ou 80. Deste-me amor. Dá-nos agora, também, tempo.
Tempo : apresento-te o meu novo melhor amigo.
Um grito, o soar de algo que me parece o silêncio. O vácuo que fica por preencher em mim.
és tu.
MARGOT
PS - são os ratinhos com o ar mais ai-que-me-doem-os-rins que eu já vi. nomes: cocó, ranheta e facada.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Posso?

Não quero prometer. Sempre que digo aos meus pais "sim, eu prometo que vou tirar melhores notas" ou "sim pai, prometo que não ando mais à briga com os gémeos", ambos sabemos que isso não vai acontecer, mas mais uma vez eu tento cumprir, e eles tentam acreditar em mim. A única coisa que posso prometer é que vou continuar agostar muito de ti, para sempre. Prometo.
Mas eu juro, juro que não vou deixar continuar esta situação, este despedaçar de corações.
A minha professora de espanhol está grávida, e isso faz-me lembrar de quando dizias que tinha um ar maternal, umas maminhas de grávida e que estavas para ver a educação que vou dar aos meus filhos... Quero ter-te lá nesse momento. Quando o bebé nascer, nos seu aniversários, no seu casamento... Quero que continues a viver comigo a minha vida, porque tu fazes parte dela! Afinal de contas continuo a rir contigo, a cantar contigo, a sonhar contigo... a fazer tudo contigo, mesmo que tu não o saibas. ( Por falar em bebés, como vão as crias do Zé? )
Estás demasiado entranhada em mim para te deixar ir embora. Quero-te outra vez. Quero continuar a escrever a nossa história. Temos demasiado para mostrar ao mundo.
Posso acordar amanhã e agir como se não tivesse passado nada, podemos?
Posso voltar, podemos?
Tenho saudades do "o que é que fazemos na quinta?".
Tenho saudades. "E não são muitas. E não são poucas. Bastantes."

Tenho vontade de ti.

Depois de um dia bastantes cansativo e de uma noite bem sofrida, chego a casa, ligo o computador, ponho uma música relaxante a reproduzir, e pressiono umas teclas na esperança de nos visitar uma vez mais.
(...)
Há algo de novo. Pára tudo. Páro a música, quero concentrar-me. Leio, penso, paro uma vez mais. Só queria conseguir evitar ter de pensar, pensar, pensar... Invade-me uma sensação de loucura. Só quero que o equilíbrio, chegue, volte para ficar. Cada mensagem, cada palavra...Há um poema de Alexandre O'neill que diz que as palavras nos beijam. As tuas entram-me na cabeça e não saem mais de lá. Vejo-as nos meus sonhos e, se conseguisse, vê-las-ia nos teus olhos.
E leio. A loucura. A loucura por te procurar. Só queria que o dia em que te abraçaria de novo chegasse. Só queria que prometesses que te manténs inteira e igual, que continuas a adorar-me, que não mudaste. Só queria prometer que eu não mudei. Mas promessas já nós quebrámos muitas...no entanto, ainda acredito nelas. Não me bastas, Alice. Eu quero o resto de ti.
Tanta coisa por te contar, coisas importantes na minha vida, que me faz falta contar-te. Saber a tua opinião, consolares-me quando preciso. Apertar a tua barriga e ver-te refilar uma vez mais. Tudo o que eu quero de volta. Não consigo viver neste impasse.
Se eu tivessemos a certeza de que resultaria, eu não hesitaria em olhar-te nos olhos outra vez, sentir-te o calor nas mãos num abraço sincero. Eu só não quero passar outra vez por uma tempestade.
O Salvador já não sabe o que fazer. Mas nesta altura, já não há salvador que me aguente as noites. Noite-malvada. De semana a semana sonho que nos ríamos juntas disto tudo. E quando acordo...sinto pena de mim própria por ter sido tão enganada por um mero sonho. Sinto-me ridícula.
Pergunto-me se será assim para sempre. Se me vou lembrar de como te perdi. Se te vou escrever cartas, se vou mostrar fotografias tuas aos meus filhos, como sempre sonhei fazer.
E se houver uma chance? Something that makes dreams come true.
A loucura dá-me adrenalina. Sinto um impulso de escrever. Escrevo aceleradamente o que vai saíndo com vontade. Sempre tento não o fazer, mas há tanta vontade.
Tenho vontade...
Tenho vontade de ti.
MARGOT

Fazes-me falta, merda - já te disse?

Chamo-lhe amor para simplificar. Há palavras assim, que se dizem como calmantes. Palavras usadas em série para nos impedir de pensar. O que existia, existe, entre nós, é uma ciência do desaparecimento. Comecei a desaparecer no dia em que os meus olhos se afastaram dos teus. Agora que os teus olhos se fecharam sei que não voltarás a devolver-me os meus.
Mas quantos dias demorarei a esquecer o teu rosto? Lembro-te a cada minuto. É a ti que vejo porque não consigo deixar de pensar em ti. És a única que não posso algum dia esquecer, nem quero. Esquecemos alguma vez uma parte do que somos? Esquecemos apenas o que podemos isolar na lembrança.

Deus omnipotente, acorda do Teu sono eterno e vai dizer à minha amiga o obrigado que eu não soube sussurrar-lhe ao ouvido.


Alice

domingo, 24 de janeiro de 2010

Partilha de (di)versos.

Não é o álcool que afoga as mágoas. São as palavras que lemos ou escrevemos que se vão sobrepondo àquelas que nos vêm à cabeça, ao recordar. Uma corrente de água-mágoa interrompida pela poesia, pela prosa ou por um simples desabafo de 2 frases. Esta é a teoria que defendo.

Quando nos apetece desistir...o melhor é confessar tudo ao papel e não às paredes. Já tantas foram as pessoas que me disseram: "Escreve! Quando te sentes mal, escreve. Eu sinto-me melhor!" - que monte de tretas. - achava eu. Achava que dali só saiam um monte de baboseiras deprimidas. Mas não. Eu descobri outra pessoa em mim ao escrever e ao enriquecer-me em poesia nacional. (Isto foi demasiado não-margot, eu sei! :P )

Que se lixe o Fernando Pessoa, o Álvaro de Campos, o Ricardo Reis e os outros heterónimos todos. Quero aqui deixar a minha inspiração, o meu preferido: Alexandre O'neill.

Pretextos para fugir ao real

A uma luz perigosa
De sonho e assalto
Subindo ao teu corpo real
Recordo-te
E és a mesma
Ternura quase impossível
De suportar
Por isso fecho os olhos
(O amor faz-me recuperar incessamente o poder da provocação. É assim que te faço arder triunfalmente onde e quando quero. Basta-me fechar os olhos.)
Por isso fecho os olhos
E convido-te a noite para a minha cama
Convido-a a tornar-se tocante
Familiar concreta
Como um corpo decifrado de mulher
E sob a forma desejada
A noite deita-se comigo
E é a tua ausência
Nua nos meus braços

Experimento um grito
Contra o teu silêncio
Experimento um silêncio
Entro e saio
De mãos pálidas nos bolsos.

Alexandre O'neill

Só porque o Salvador também gosta, daqui a uns tempos posto um só para ele.

PS - o Zé foi pai. Vendem-se hamsters jovens - 5€ cada.

MARGOT

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mais não, por favor. Já chega.

Pára. Pára. Pára, por favor. Deixa-me, de uma vez por todas. Ou voltas, ou partes.. Não partas. Não me deixes. Volta. Volta para mim. Sabes que preciso de ti.

Alice

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Balela de filha-coitada

Qualquer dia escrevo mal sobre ti.
Qualquer dia deixo de te mostrar aqueles videos hilariantes.
Qualquer dia não deixo que apoies as pernas no meu colo.
Qualquer dia não tenho mais boas notas mais por ti do que por mim.
Qualquer dia não deixo que fiques feliz só porque já podes dizer x de mim às pessoas.
Qualquer dia deixo de brincar com o teu peso.
Qualquer dia deixo de te deixar brincar com o meu peso.
Qualquer dia decido ficar com alienação parental.
Qualquer dia vou trabalhar nas obras, só para tu te calares.
Qualquer dia deixo de me enganar com a tua falsa boa-disposição.
Qualquer dia vou ser uma médica de sucesso e quando tiveres dores vou fazer-te um "toma".
Qualquer dia conto-te todas as ordinarices que já fiz e que afinal sou uma rebelde mentirosa.
Qualquer dia não te vou deixar magoares-me com palavras e acusações não fundamentadas.
Qualquer dia crio um facebook com uma fotografia tua a dizer que és comunista e larilas.
Qualquer dia deixo de me parecer tanto contigo.
Qualquer dia vais deixar de me fazer chorar.
Qualquer dia deixo de ter dor-de-cotovelo (!)
Qualquer dia vais ver que sou mais do que tu achas.

dia
dia
dia
dia
dia ...

Os dias passam-se e nada disto acontece.
Porque,

Qualquer dia confesso-te o quanto te adoro.

MARGOT

A Ilha.

- Vem sentar-te, comigo, amor.
- O que somos nós?
- Nós somos uma ilha de esperança num mar de monotonia, somos a festa antes da madrugada, somos a areia fina e doura que te cobre a pele de bronze, a água fresca que purifica. Somos proibidos e tu não sabes, nunca te contei.
- O que é feito de nós?
- Nós estamos em todo o lado. Porque o que nos liga é omnipresente e omnipotente. Nós estamos até no coração do ser mais sozinho.
- Fica comigo...Ama-me mais e mais.
- Sim, por ti. Fico contigo por ti e para ti. Deixa-me redescobrir-te por entre searas de trigo, dançar contigo uma valsa ou até mergulhar naquela lagoa além fronteiras.
- Porque não é apenas um algarismo que faz o que somos, sabes...
- Pois não. É a magia viva que mora na nossa realidade.

8 não é um algarismo.

és o meu compositor.

by
MARGOT

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O.o

"Os Lusíadas é aquela história do Romeu e Julieta, não é?"
Pergunta feita por um aluno de 11º ano. Acho que não há mais nada a acrescentar.

Alice

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dói"s"-me

"Dói-me. Dói-me muito. E não sei onde. Dói-me quando olho para ti, quando te vejo já ao longe. (...) Dói-me saber que só te volto a ver quando já for tarde, e quando a dor se cansar de tanto me cansar. Tenho as mãos suadas e o coração a transpirar de tanto dar voltas e revira-voltas.
Dava tudo para saber estancar o palmo e meio de rasgo que me fazes na carne, não para o fazer, mas só para saber como actuar em caso de extrema urgência, que de urgência já eu vivo.
Dói-me muito, mas não sei onde. Se agora mesmo entrasse nas portas cansadas de um qualquer hospital, ficaria dia e meio para explicar onde e o que me dói. E ainda assim, dia e meio depois, estaria exactamente no mesmo ponto da conversa. Estaria de frente para uma bata branca, curvado de dores, de soro a violar-me o braço e o sangue, e de coração semi-risonho, como uma criança que faz das suas e olha para o lado para que ninguém a veja. "Juro que me dói senhor doutor, juro-lhe." De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu?
A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos.
Apetece-me beber-te a conta-gotas.
Dói-me. Dói-me muito. E quando me disseres onde, vai doer-me muito mais. "

I said I love you and I swear I still do.

A Alice foi de férias, hoje é apenas a Ângela.